Como controlar o tempo no celular
Você deve estar pensando: “Mais um texto sobre controlar o tempo de tela?”, mas pensou errado, caro leitor. Esse título é nada mais nada menos do que um trocadilho que serve para me alegrar e ao mesmo tempo, é uma isca para desavisados.
Na verdade já consumi bastante conteúdo sobre esse negócio de diminuir tempo de tela, o que é irônico, pois todos foram consumidos com a tela ligada. E a maioria das coisas ou é baseada em esconder/dificultar o acesso ou então em deixar o uso das telas menos agradável.
A primeira opção simplesmente não funciona pra mim, já que, se eu escondi, logicamente saberei achar novamente. Se eu desinstalei, claro que vou instalar novamente e por aí vai. Já a segunda não entra de forma nenhuma na minha cabeça o fato de piorar uma experiência para usar menos.
Mas sobre o que vamos falar aqui então?
Boa pergunta!
Faz tempo que uso dois aplicativos e gostaria de recomendá-los. Por acaso os dois envolvem o tempo e são de Android, logo tempo + tela = o título desse texto. Desculpem, mas é assim que meu cérebro funciona.
Quanto tempo esse blog existe mesmo?
O primeiro aplicativo se chama TimeSince e serve justamente para responder esse tipo de pergunta. Você cadastra alguma coisa, diz quando ele deve começar a conta e pronto, a partir daí ele começa a contar quanto tempo se passou desde a data inicial até agora.
Muito útil para pessoas, como eu que já dão uma congelada quando alguém pergunta sua idade e você começa a fazer contas na sua cabeça, mas os números parecem fazer uma dança meio aleatória e acaba respondendo “Acho que tenho 37”. Quem perguntou fica sem entender nada, mas chega uma fase na vida que o tempo para de fazer sentido e eu já não sei o que é 1 mês ou 5 anos atrás, porque tudo parece ontem.
Na primeira imagem que coloquei acima, temos a tela inicial com alguns dos tempos que eu cadastrei. Começamos com a data de aniversário dos gatos (sempre rola uma confusão porque tem a data que adotamos e a data que estimamos que eles nasceram para informar aos veterinários), depois tem uma que veio com o próprio app informando quanto tempo ele está em uso (achei uma informação curiosa e decidi manter); e por fim, as que fui cadastrar referentes a esse blog justamente enquanto eu escrevia esse texto. Olha essa coincidência! Enquanto escrevo o texto, o blog está quase completando 5 anos, enquanto eu jurava que ele não tinha nem 2 anos de existência! (Vou correr aqui pra ver se esse texto fica pronto para ser postado no dia do aniversário).
Já na imagem seguinte é a tela que mostra quantas vezes a contagem foi reiniciada, o que permite controlar de quanto em quanto tempo alguma coisa foi feita. Já usei isso para controlar tempo de vacina dos gatos (depois achei o calendário melhor) e essa imagem aí é relativa ao tempo desde a última vez que fui cortar cabelo (Sim, eu não suporto ir cortar o cabelo e não, eu não fiquei 17 meses sem cortar. Provavelmente esqueci de reiniciar o contador por um tempo).
Enquanto procurava o link para o aplicativo descobri que ele não está mais disponível na Play Store. Existem vários que fazem a mesma coisa e talvez o próximo app até sirva para substituí-lo. Um dos problemas de demorar tanto para terminar de fazer um texto.
Mas o que eu quero mesmo é aproveitar melhor meu tempo!
Todo ano eu costumo fazer algumas metas com um número específico de livros lidos, filmes assistidos e jogos terminados. Faz uns anos que não chego nem perto de ler a quantidade de livros definida (só ver o Alien Rewards do ano passado, que só tinha dois livros) e chegando agora no meio do ano percebi que se as coisas continuassem do jeito que estão seria mais um ano sem conseguir.
Desde a época da pandemia e com o trabalho remoto eu não estava mais conseguindo encaixar a leitura na minha rotina. Geralmente usava as horas no transporte público ou para ler um livro ou ouvir podcast, mas nesse período em casa os livros que estava lendo foram ficando esquecidos e a fila de podcast foi crescendo.
Resolvi pesquisar então esse aplicativos de controle de hábitos e após avaliar alguns, fui testar o HabitNow e desde então não só consegui voltar a ler, como já estou quase batendo a meta que estabeleci e acredito que vou conseguir com a de terminar os jogos também.
Comecei a controlar a leitura no início de junho (2025) e estabeleci que queria ler pelo menos por 10 minutos por pelo 5 vezes na semana e desde então eu simplesmente só deixei de ler um dia (ironicamente foi no dia que fui na Bienal do Livro).
Mas você não falou que esses truques pra fazer as coisas não funcionam?
Realmente, usar métodos com o intuito de me fazer deixar de fazer alguma coisa não costuma dar resultado nenhum comigo.
No mês passado mesmo estava lendo um livro sobre gatos (deve ter texto sobre ele em breve aqui no blog) e o autor dizia que punições também não dão muito certo com os felinos. O que deve ser feito é o contrário, devemos usar o reforço positivo para convencer essas bolinhas de pelo a fazerem outras coisas no lugar da que você quer que eles parem de fazer.
Já no livro O Poder do Hábito, Charles Duhigg diz que a melhor forma de abandonar um hábito que você quer largar é substituindo por outro. O que, se pararmos para pensar acaba indo na mesma linha do reforço positivo.
É nesse ponto que entra o aplicativo de hábitos!
Veja por exemplo os hábitos que cadastrei no meu:
- Não comer besteiras: Não comer fritura nem doces pelo menos 5 dias da semana.
- Jogar videogame: Jogar alguma coisa (por cerca de 30 minutos) pelo menos 3 vezes na semana.
- Leitura de livros: Ler pelo menos 10 minutos de algum livro ou quadrinho pelo menos 5 vezes na semana.
E como foi o resultado nesses 2 meses?
- Não comer besteiras
Só pela escrita já dá pra sacar que não vai dar muito certo, né? Falei um monte ali sobre reforço positivo e coloco como objetivo não fazer alguma coisa?
Exatamente, das 7 semanas, só consegui cumprir meu objetivo em 2. Claro que se eu diminuísse a quantidade de dias de 5 para 3, esse número seria muito melhor, mas não serviria para o meu propósito que é me alimentar melhor.
A melhor opção provavelmente seria trocar esse objetivo para: Comer frutas 5 vezes na semana, ou então Fazer uma caminhada 3 vezes na semana.
- Jogar videogame
Pode parecer estranho colocar isso aqui, mas faz tempo que eu não tenho conseguido jogar direito. Acabava sempre na preguiça de começar a jogar alguma coisa e ficava apenas passando de um vídeo para outro no YouTube.
Das 7 semanas cumpri o objetivo em 6 delas. Aproveitei também para jogar coisas que não exigem muita atenção e volta e meia jogava ainda com meus vídeos do Youtube rodando em paralelo.
- Leitura de livros
Como já falei anteriormente, só deixei de ler um dia, logo, das 7 semanas, eu consegui cumprir o objetivo em todas elas.
Mas 10 minutos de leitura não é muito pouco? Aí é que está o pulo do gato: esse tempo mínimo é só uma isca para me fazer começar a ler, mas raramente uma sessão de leitura termina próximo disso. Segundo meus registros, a média de leitura foi de 48 minutos por dia.
Conclusão
Não se preocupe tanto com o tempo de tela, vale mais a pena se preocupar com o que fazer com o seu tempo. Se vai usar a tela ou não para isso é com você, afinal ela pode ser útil de tantas formas.
Inclusive, se leu esse textão todo deve ter ficado uns 10 minutos com a tela ligada, né
Vou te receitar um gato
O que?
Livro de Syou Ishida, autora japonesa, que ganhou inclusive uma sequência com o divertido nome de “Vou te receitar outro gato”.
Sinopse: (Intrínseca)
Best-seller japonês chega ao Brasil trazendo história comovente e inovadora sobre como o amor de um animal pode mudar a nossa vida
No final de um beco escuro, há um prédio antigo onde funcionam vários estabelecimentos. Um deles é a Clínica Kokoro, um lugar que apenas as almas que mais precisam de ajuda conseguem encontrar. A misteriosa clínica oferece um tratamento exclusivo — e um tanto estranho — para aqueles que chegam até lá: gatos.
(…)
À medida que os pacientes da clínica lidam com seus conflitos internos e buscam soluções, os companheiros felinos os conduzem à cura e lhes mostram que, às vezes, tudo o que você precisa é do amor de um gato.
Por quê?
Sou um exemplo de pessoa que teve a vida transformada por suas gatas.
Um dia minha companheira voltou com esse livro de algum evento literário. Depois de alguns meses na estante, estava procurando algo para ler durante a viagem de ônibus para o escritório e não podia ter escolhido algo melhor.
O livro é dividido em algumas histórias que a princípio são individuais, mas que apresentam elementos que vão dando o enredo de uma trama maior que é a história da clínica e seus “funcionários”, o que deixa a leitura bem mais leve.
Além disso, como gateiro que sou, é impossível não se emocionar e se divertir ao identificar os elementos de comportamento dos gatos que os seus também possuem.
The Pitt
O que?
The Pitt é uma série médica e como todas do tipo vai contando a história dos personagens entre um atendimento e outro, seja pela interação dos funcionários com os pacientes ou pela interação entre eles nos intervalos entre uma emergência e outra.
Ouvi em algum lugar que esta série seria um derivado de ER (Plantão médico), mas que por problemas de direitos autorais acabou sendo algo não relacionado, embora o protagonista seja o Noah Wyle, famoso por interpretar John Carter na juventude.
Sinopse: (IMDb)
A vida cotidiana dos profissionais de saúde em um hospital de Pittsburgh, enquanto eles lidam com crises pessoais, políticas no local de trabalho e o custo emocional do tratamento de pacientes em estado crítico.
Por quê?
Esse é um tipo de série que geralmente faz a gente ficar grudado na tela, já que o fato de intercalar casos de saúde que são praticamente um filme de suspense por si só, a história dos personagens é contada a conta gotas no intervalo entre uma “investigação” e outra.
Então ficamos pulando de uma cena de ação para não deixar um paciente morrer para uma discussão entre colegas de trabalho, seguido por um médico precisando avisar da morte de alguém para a família entrelaçado com dois colegas de trabalho fazendo piadas sobre o fato da recepção do hospital ainda estar lotada.
O diferencial de The Pitt é que pelo menos essa primeira e única temporada, no momento em que escrevo esse texto, a série usa um estilo meio 24h de ser e a temporada representa um dia na emergência do hospital e cada episódio representa 1h do plantão do Dr. Michael Robinavitch.